Sabe qual é o problema? Eu gosto desses complicados, dos casos perdidos. Desses que fodem com a própria vida pela instantaneidade, dos que não ligam pra opinião alheia. Gosto desses com cara de cafajeste, sorriso sedutoramente torto e olhar olhar indiscreto. Sou das que preferem os de atitude imprevisível, os rebeldes, os indomáveis. Não tem jeito, sou fã dos gostos seletos mas que sabem conviver, viver e principalmente, deixar viver. Sem frescuras, gosto dos que tem cara de pau pra se fazerem confortáveis, se fazerem em casa. Quando não se tem que fazer sala, quando eles se fazem pertencer à casa inteira, sem abusos, só o respeitoso e equilibrado jeito de ser. Gosto dos que não pedem permissão, dos que puxam, dos que silenciam, dos inconsequentes. Dos que sabem o que fazer, quando fazer. Adoro os que arqueiam as sobrancelhas, fazem cara de vítima nas situações mais idiotas do mundo… os que não desperdiçam o “me desculpe” nem o “eu te amo”. Dos que dão valor e criam detalhes e coisas pequenas, aquelas que mais ficam na memória. Daqueles "fumam"* e ficam charmosos nas fotos em preto e branco. Dos que tem maturidade pra fazer algo definitivo, dos tatuados. Dos artistas, ah, os artisticamente fodas. Os poetas da madrugada e da manhã, do sono… Gênios incompreendidos e mal aproveitados.
Esse é o problema. Eles são os que dão dor de cabeça. Por que eu não podia gostar simplesmente dos bonzinhos, envergonhados e paus mandados? (…) Não me surpreende que eu me decepcione tanto, ninguém me mandou gostar dos incontroláveis.”
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Gosto autodestrutivo, Isabella Grobério
Wendy
*aspas minhas. Se é que a galera entende.
*aspas minhas. Se é que a galera entende.