não te tocar, não pedir um abraço, não pedir ajuda, não dizer que estou ferido, que quase morri, não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir, que tudo está bem, os hematomas no plexo solar, o coração rasgado, tudo bem
Garopapa Mon Amour (In. Pedras de Calcutá)
Os pelos molhados se misturavam. Ele estendeu a mão aberta, passou no meu rosto, falou qualquer coisa. O quê, perguntei. Você é gostoso, ele disse. E não parecia bicha nem nada: apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o meu, que por acaso era de homem também. Eu estendi a mão aberta, passei no rosto dele, falei qualquer coisa. O quê, perguntou. Você é gostoso, eu disse. Eu era apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o dele, que por acaso era de homem também.
Terça-Feira Gorda (In.Morangos Mofados)
Mas tentamos tudo, inclusive trepar, porque tantos livros emprestados, tantos filmes vistos juntos, tantos pontos de vista sociopolíticos existenciais e bababá em comum só podiam dar mesmo nisso: cama. Realmente tentamos, mas foi uma bosta. [...] tanto tesão espiritual moral existencial e nenhum físico, eu não queria aceitar que fosse isso: éramos diferentes, éramos melhores, éramos superiores, éramos escolhidos, éramos vagamente sagrados. [...] Cultura demais mata o corpo da gente cara, filmes demais, livros demais, palavras demais...
Os Sobreviventes (In. Morangos Mofados)
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Acho que já falei que estou lendo (comecei segunda-feira) um livro de coletâneas de contos de Caio F. Muito difícil parar... Mas estou tentando ir devagar.. porque Caio.. tem que digerir.. tem que terminar de ler.. e respirar.. e tentar entender de forma não preconceituosa...
Caio gostava de dedicar seus contos. Farei o mesmo hoje dedicando todas as citações à Doug e Manon... que muitas vezes falam como ele, e que muitas outras vezes Caio me fala por eles. Dedico também o conto que li hoje de manhã vindo ao trabalho AO SIMULACRO DA IMAGERIE pra minha irmã Ruiva - putz irmã... como esse conto me lembrou você!!
Bom final de semana!!
Wendy.
Não senti preconceito por nada.
ResponderExcluirMas numa coisa vc tem razão, eu não teria o menor saco pra ler um treco desses kkkkk
Um monte de palavra engomada que pra mim não fazem muito sentido não =TTTTT
Muito bom ele né? Nunca li nada dele...
ResponderExcluirbeijokas
Adoreii, principalmente a primeira citação. O segundo gostei +-, mas não por preconceito, graças a Deus não sinto isso por nada. ehehehhe
ResponderExcluirE fiquei curiosa pra saber por que o conto lembrou tanto a sua irmã...
beijinhos querida
Ótimo findi
http://deliriosdeconsumosa.blogspot.com/
Ah... o desejo... é muito mais...
ResponderExcluirEita! Nunca li nada dele! Gostei muito dos trechos que você citou! Ano que vem voltarei a ler (se Deus quiser), já que esse ano a facul está arrancando o meu coro! Esse cara vai estar na minha lista, hehe!
ResponderExcluirBeijos!
As vezes tenho meio preguiça desses 'poetas'
ResponderExcluirEles juntam um monte de palavra, digamos forte, pra não dizer nada com nada...
Ou seria eu que tô pouco sensivel?
Beijocas
doug gosta. é como se defender da loucura, talvez, se aproximar de gente com paranóias parecidas. não morrer sozinho.
ResponderExcluirjá conhecia o ultimo trecho - to repostando no meu blog e dedicando a vc, espero que não leiam como...né?
ainda bem que são contos viss. pensaí um romance - eu lendo um mês inteiro. um mês inteiro de "cura". eita. de qlqr modo, sou gratidão por ter me apresentado Caio. xero! até amanhã!